quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Seguir em frente

Se fosse por merecimento ela já teria encontrado o lugar que tanto procura...
Se fosse pelas minhas preces também. Não canso de pedir para que uma porta se abra.
Acontece que as coisas acontecem na hora certa. Se bem que às vezes acho que a hora está demorando para chegar.
Não é possível que alguém com tanta vontade e capacidade possa ficar esperando tanto tempo.
Então a gente ouve as pessoas dizerem que o curso que ela escolheu é assim mesmo... Difícil de conseguir estágios.
Mas será que somos obrigados a abrir mão do que gostamos porque o mercado de trabalho é difícil?
Compreendo todo o seu desânimo em alguns dias. Seu choro, de vez em quando... Mas me surpreendo com sua capacidade de seguir em frente mesmo aborrecida.
Tenho que ter esperança que quando a porta se abrir só ela vai entrar. E então eu vou vê-la sorrir por não ter desistido do seu ideal. Por ter lutado e acreditado que tudo daria certo.
Amo você, Amanda!!

sábado, 25 de agosto de 2007

Desafio

A fonoaudiologia tem me dado muitas alegrias em todos esses anos.
Tempos atrás, ao terminar minha palestra numa escola municipal, fui procurada por uma mãe. Ela era jovem e parecia muito humilde. Perguntou-me se eu conhecia a síndrome da qual sua filha era portadora. Eu lhe respondi que não.
Mas a mãe precisava de ajuda e eu me dispus a ajudá-la.
Pesquisei muito e quando, no dia marcado, encontrei-a na sala de espera com a criança, confesso que me surpreendi.
Era uma menina franzina, de óculos e com o rosto disforme. Chamava a atenção de todos que lá estavam.
Encaminhei-a para alguns profissionais e iniciei a terapia.
O tempo foi passando, ela ingressou no ensino fundamental e eu não podia me conformar com a atitude da escola, de tê-la somente como "ouvinte".
Com a experiência de ter trabalhado dez anos em escolas, resolvi que iria alfabetizá-la, mesmo correndo o risco de enfrentar muitas dificuldades devido à sua fala bastante alterada.
Não foi nada fácil mas depois de algum tempo eu tinha a felicidade de encontrá-la lendo gibis na sala de espera.
O corpo da menina foi se transformando no corpo de uma jovem e um dia ela decidiu que já estava bom tudo o que tinha aprendido comigo e que não precisava mais da minha ajuda.
É claro que não concordei. Tenho certeza que se ela tivesse ficado, ainda teríamos conseguido outras vitórias. Mas respeitei sua decisão.
E pela mesma porta que um dia entrou a menina tímida pelas mãos da mãe, saiu a jovem que já podia tomar decisões.
Ela não sabe, mais aprendi muito mais com ela do que ela comigo. E torço muito para que as pessoas aprendam a "enxergar" as crianças especiais como seres capazes. Basta que respeitem seus limites.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Criança também ouve MPB

Na semana passada notei que ele estava mais feliz do que de costume.
Nem foi preciso perguntar o motivo, pois assim que entrou na sala ele já foi falando que havia ganho um jabuti.
Com detalhes ele contou como o pai havia trazido o bichinho para casa, dentro de uma caixa. E que talvez os cachorros sentissem ciúmes.
Quando perguntei que nome ele daria ao jabuti, disse que ainda não sabia.
Uma semana se passou e hoje, quando retornou, disse-me que já havia escolhido o nome. Que havia dado ao bichinho o nome da melhor cantora do Brasil: Elis Regina.
Fiquei surpreendida ao ouvir um menino de 5 anos falar em Elis Regina. E quando perguntei se ele já havia escutado ela cantar, ele imediatamente respondeu:
"Sou caipira pirapora nossa, Senhora de Aparecida..."
Acho que foi uma das melhores coisas que ouvi ultimamente, mesmo porque concordo com ele: Elis foi e é a melhor cantora do Brasil.
E quando eu achei que a conversa tinha acabado ele disse que tem um casal de passarinhos: a Maria Rita e o Chico Buarque. Pode???

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Novos tempos

Quem , como eu, já passou dos 50, sempre fala em "velhos tempos"(bons tempos...)
Tempos em que eu ia para a escola de freiras com a blusa do uniforme impecavelmente branca, lavada pela minha avó no tanque, é claro, pois não tínhamos máquina de lavar.
Tempos em que para mudar o canal da televisão era preciso levantar do sofá. E nem reclamávamos, pois já era ótimo ter televisão.
Tempos em que as mulheres cozinhavam mais, pois os congelados vieram depois ( será que eram bons tempos mesmo? )
Tempos de mais tranquilidade e menos tecnologia.
Mas outro dia a Internet me deu um grande presente. Encontrei a foto de uma amiga querida que também estava tentando resgatar um pouco dos "velhos tempos".
Será que era ela mesma?? Aquela que tocava violão comigo, que ficava horas no telefone e que achava a vida tão alegre quanto eu?
Sim, era ela mesma!!
Obrigada, meu querido computador, por trazer de volta uma amiga tão importante. É graças a você que hoje podemos ter novamente nossas longas conversas.
Salve os "novos tempos"!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Filhos...

Eles crescem....E de repente nos damos conta que nem sempre podemos solucionar todos os seus problemas.
Quando eram pequenos, parece que os problemas também eram.
Acho que sofro mais do que eles por não poder ajudá-los em determinadas ocasiões. E mesmo sabendo que os dissabores são necessários,algumas vezes, e que é através deles que nos fortalecemos é muito difícil vê-los sofrer.
Embora adultos, sempre acho que eles são frágeis.
Preciso me acostumar com a idéia de que eles são capazes de resolver seus problemas e que algumas vezes só o tempo mesmo é que vai se encarregar de mudar o rumo das coisas.
Enquanto isso eu fico pedindo a Deus que os ilumine e que os ensine a ver a vida sempre com esperança.