segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O tempo

Hoje eu acho que as coisas estão nos seus lugares.
Se o tempo está deixando meus cabelos brancos, me fazendo mais lenta e mais chata, está também curando e cicatrizando feridas.
Hoje eu consigo enxergar novos caminhos que na verdade sempre estiveram lá. Consigo respirar aliviada quando vejo duas mãos entrelaçadas ao invés de duas mãos sozinhas. E agradeço a Deus por não ter perdido a esperança de ver novos sorrisos e sonhos.
Mas o tempo não apagará as lembranças porque elas não devem ser apagadas. Elas devem pemanecer guardadas num lugar especial do coração com carinho e sem dor. E se algumas vezes eu sentir vontade de chorar será por saudade e não por tristeza.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sentada à beira do caminho

Por mais que eu tente, não consigo processar tantas mudanças de uma forma tão rápida.
É muito difícil para mim, que já passei dos 50, enxergar a realidade de uma forma tão diferente daquela que eu um dia sonhei.
Egoísmo? Falta de modernidade? Pode ter o nome que for e eu até me esforço para entender e aceitar mas meu coração está triste. Não tenho receio de dizer e acho que até tenho o direito de sentir o que estou sentindo.
As pessoas vão, por diversos motivos, seguindo seus caminhos e nós ficamos somente tendo notícias, olhando de longe. Mas o que fazer com o amor que sentimos? O que fazer quando os espaços ficam cada vez menores pra nós?
Não é fácil enxergar um fato novo esquecendo outros mais antigos e diferentes. Mas afinal, os sonhos eram meus e eu é que preciso dar um jeito neles. Talvez eu tenha que guardá-los naquela caixinha onde já guardei tantos outros e esquecê-los. A duras penas mas esquecê-los.
"Estou sentada à beira do caminho que não tem mais fim".

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Roberto Carlos

Gosto do Roberto Carlos sim, seja ele brega ou não. E só agora, depois de mais de 40 anos é que fui assistir o show dele.
No dia 21 tive a felicidade de ouvir de perto suas músicas e quando ele entrou eu não acreditei que era ele mesmo que por todos esses anos parecia tão distante de mim.
Procurei muito uma blusa azul para vestir no dia, pois sei que é a cor predileta dele ( e minha também ) mas não achei. Então fui de branco e fiquei feliz quando ele entrou no palco do Ibirapuera de branco também.
A cada música, cenas da minha vida foram se passando como um filme. Lembrei de outras épocas, de muitas pessoas e acontecimentos. E durante todo o show, como que por mágica, eu esqueci de tudo que ficou do lado de fora. Era eu, sozinha, ouvindo e cantando aquelas canções que marcaram minha vida.
Acho que se eu pudesse dizer para ele uma palavra eu diria "obrigada". Obrigada por embalar com suas músicas meus sonhos de adolescente, por me fazer recordar de pessoas queridas e de fatos inesquecíveis.
O Ibirapuera estava lotado e eu era mais uma no meio daquele mundaréu de gente passando despercebida aos seus olhos. Mas ele encheu meu coração de felicidade e fez a minha sexta-feira ser um dia especial.
Vou lembrar esse dia para sempre.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Amigos peludos

Na minha família as pessoas sempre tiveram cães.
Eu lembro da Violeta, da Bolinha, do Marujo, da Tuca, do Dick, da Gracy e do Tilim. mas fora esses havia outros.
Quando o Nick chegou em casa eu não queria. Aquela bolinha branca fazia xixi em todo canto e eu sabia que depois da empolgação de ter um cãozinho em casa "ia sobrar pra mim".
Mas quem é que não se deixa envolver por uns olhinhos tão lindos, pelas travessuras e acima de tudo pela amizade? Ele ficou e eu chorei quando descobri que ele era epilético.
Junto com a epilepsia vieram outros problemas e agora, com a idade, outras pequenas coisas vão aparecendo. Talvez eu perceba mais essas mudanças pois fico mais com ele.
Já está mais difícil subir no sofá e pular para pegar o ossinho. Ele procura mais o sol e fica muito tempo deitado se esquentando onde acha sua luz. Está mais manhoso e suas idas ao veterinário tem sido mais frequentes.
Mas continua sendo o amigo fiel que me espera com o rabinho abanando, que vai buscar os brinquedos quando está feliz e que fica do meu lado mesmo quando eu estou muito chata.
Hoje descobrimos que o Tob ( o cachorro da Vânia ) não fará a cirurgia que precisa, por enquanto, pois está com um probleminha no coração. E eu senti uma grande tristeza na voz da minha irmã e um medo muito grande de perdê-lo.
Como explicar essa amizade? Muitos não entendem e acham até um absurdo gastar tanto tempo e dinheiro com os bichinhos. Mas só quem convive com eles é que sabe o quanto essa amizade nos fortalece e alegra.
E apesar de eu estudar tanto sobre a linguagem oral e a sua importância, sei que o Nick se faz entender por seu jeito e por seu olhar. E sei que o amor não é, definitivamente, um sentimento exclusivo do homem.
Benditos sejam nossos amigos peludos.

sábado, 14 de março de 2009

Na verdade eu deveria ter escrito esse texto ontem mas não consegui.
De todas as possibilidades eu prefiro acreditar que você está bem. Do fundo do meu coração espero que amigos especiais o tenham esclarecido e guiado. Que você já consiga dar alguns sorrisos mas, que acima de tudo, não esqueça que nossa amizade é eterna.
E hoje, em especial, receba muitos e muitos botões de rosas brancas, como os que eu envio a você todos os dias.
Você estará sempre dentro do meu coração, meu doce e inesquecível amigo.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Aprendendo mais

Eu nunca gostei de tatuagem.
O Alexandre tinha uma bem grande nas costas e eu nunca consegui dizer que era bonita e que eu gostava dela.
Por isso, quando a Amanda disse que faria uma, é claro que dei o contra. Afinal eu achava que tatuagem não combinava com ela. Tentei convencê-la de que aquela "marca" ficaria para sempre e que ela poderia se arrepender. Mas não teve jeito.
Apesar da minha cara feia ela tatuou a borboletinha no ombro e eu confesso que achei até bonitinha. Mesmo porque não era uma borboleta qualquer. Era aquela que ela encontrou uma vez quando estava indo pro trabalho e que está guardada até hoje numa caixinha. Ela representava a transformação.
Eu achei que a coisa tinha parado por aí. Mas recentemente ela disse que faria outra.
Só que desta vez eu não dei o contra. Mais uma "marquinha"? Não tinha problema algum...Essa seria visível, só isso...Piores são as que não aparecem.
Várias vezes perguntei o que seria dessa vez mas a Amanda não respondia. E então eu fiquei pensando que a única coisa que justificaria uma nova tatuagem seria a Flor de Lótus.
Quando eu estava entrando com ela no estúdio ela confirmou minhas suspeitas e disse que a Flor de Lótus nasce do lodo e é tão linda! E eu acrescento que ela é o símbolo da pureza e segundo sua lenda é a junção dos quatro elementos da natureza: água, fogo, terra e ar.
Enquanto eu esperava do lado de fora fiquei pensando que nunca me passou pela cabeça ir a um lugar daqueles e que eu havia conseguido, com 54 anos, aprender mais uma lição da vida. Que as pessoas são lindas independentes de terem ou não tatuagens no corpo e que com certeza cada marca tem seu significado.
O tempo passou rápido e quando a Amanda me chamou para ver como tinha ficado eu achei linda!! Combina muito bem com ela. Linda, pura e renascida com mais força.