terça-feira, 25 de setembro de 2007

Eu te amo, meu amor

Quando ele era bebezinho, não ia no colo de ninguém. O avô até dizia, meio chateado, que faria máscaras com o meu rosto e colocaria nas pessoas da família, para que estas pudessem pegá-lo no colo.
Depois foi a época da escola. Perdi as contas de quantas vezes tive que entrar junto com ele na classe e quando saía escutava seu choro na rua.
Por alguns anos eu escutei dele todos os dias:
_ Eu te amo, meu amor...
Bem, mas o menino cresceu e fez-se moço. E por mais que eu me esforce, às vezes me esqueço disso. Por mais que eu tente, não consigo deixar de pedir para que ele leve um agasalho, que não esqueça o celular, que me ligue sempre. Não consigo ficar despreocupada quando ele sai e nem esqueço de beijá-lo toda noite e arrumar suas cobertas como quando ele era criança.
Hoje, em especial, eu peço à Nossa Senhora que sempre lhe estenda a mão e o proteja de tudo o que for ruim, mostrando-lhe o caminho certo.
Parabéns, filho querido! Você é, sem dúvida, ao lado da sua irmã, o melhor presente que Deus me deu.

sábado, 22 de setembro de 2007

Amigas para sempre

Finalmente chegou o dia. Depois de muitos e-mails tudo ficou combinado e eu passei então a viver dias de muita ansiedade.Eu ia rever amigas que compartilharam comigo 4 anos de muito estudo e muitas alegrias.
Será que eu iria lembrar do nome de todas elas? Será que teríamos assunto suficiente para uma tarde toda?
Fiz questão de comprar uma roupa nova e quando a hora chegou meu coração batia mais forte.
A vida me deu hoje um belo presente. Quando olhei para aquelas que estudaram comigo há 30 anos, todo um passado voltou, como se estivéssemos ainda na PUC.
Apesar de 30 anos terem se passado ainda pude ver um brilho especial nos olhos de cada uma que ali estava. E minhas dúvidas desapareceram...Pude lembrar o nome de cada uma e uma tarde foi pouco para podermos falar tudo o que queríamos.
Cada uma com sua história mas todas com algo em comum: a fonoaudiologia nos fez mulheres corajosas e felizes. Aprendemos a superar as dificuldades da nossa profissão porque ela faz parte das nossas vidas. Fazemos fonoaudiologia por amor e é isso que nos faz tão próximas mesmo tendo se passado 30 anos.
Quantos anos mais teremos histórias para contar? Isso não importa. O que importa é que cada uma de nós fez a escolha certa e que somos orgulhosas de exercer uma profissão que nos faz aprender muito mais do que ensinar.
Obrigada, amigas queridas, por terem me dado um dia de tantas alegrias e boas recordações.

sábado, 15 de setembro de 2007

Filhos do coração

Eles poderiam ser como milhares de crianças do nosso país. Poderiam ficar anos num orfanato esperando por uma família.
Mas o destino foi generoso com eles dando-lhes pai, mãe e irmãos.
Ela, pequenina e frágil, foi privada do convívio materno muito cedo. Órfã, poderia ser uma criança triste mas é alegre e inteligente.
Sua dificuldade de fala é pequena diante da força que tem para vencer os obstáculos.
E como Deus faz sempre tudo certo, ela tem os cabelos loiros e encaracolados como os da mãe e do irmão que fazem parte agora da sua nova família.
Ele, rejeitado pela mãe e encontrado na rua ainda recém-nascido, era um bebê muito doente.
Os novos pais deram-lhe um nome de anjo e lutaram pela sua vida. Continuam lutando até hoje para que ele vença as suas dificuldades na escrita.
Filhos do coração...tão amados ou até mais do que os próprios filhos gerados no ventre dessas mães corajosas e abençoadas.
Pais adotivos...exemplos de amor incondicional e de aceitação. Exemplos a serem seguidos num país onde tantas crianças precisam de um lar e de um gesto de carinho para se tornarem pessoas do bem.

sábado, 8 de setembro de 2007

Mamãe Noel

De todas as boas recordações que tenho da casa da minha avó materna, o Natal é, sem dúvida, a melhor delas. Lembro-me que os preparativos começavam bem antes e que no dia 24 nós não podíamos subir a escada que ia dar nos quartos pois minha mãe e minhas tias guardavam os presentes lá em cima.
À noite a família de reunia em volta de uma mesa farta e à meia noite em ponto, as luzes se apagavam e só ficava o pisca-pisca da árvore de Natal.
Então tudo se transformava e pela porta da frente da casa entrava Papai Noel carregando o saco de brinquedos para as crianças da família.
Apesar da alegria, eu tinha medo e sempre ficava ao lado da minha mãe.
Então o bom velhinho distribuía presentes e abraços e prometia voltar no próximo ano.
Mas eu fui percebendo que, estranhamente, sempre que Papai Noel aparecia, faltava alguém da família ( geralmente um homem ) que reaparecia algum tempo depois.
Eu estava crescendo e numa noite de Natal fiz a grande descoberta que me deixou muito decepcionada.
Naquele ano Papai Noel me pareceu muito familiar. Não sei se era a voz, o jeito de andar...E quando procurei minha mãe, como sempre fazia, não a encontrei. Estranhei sua ausência mas logo depois que Papai Noel se foi, ela apareceu.
Então ela me explicou que estava na cozinha o tempo todo.
Quase acreditei mas quando ela virou de lado percebi que havia talco em seu pescoço e em seu rosto. E então entendi o porquê de eu ter achado Papai Noel tão familiar naquele dia.
Vivi ainda outros Natais na minha infância mas eles já não tinham o mesmo encanto de antes.
A magia do Papai Noel tinha ficado nos meus sonhos de criança...