De todas as boas recordações que tenho da casa da minha avó materna, o Natal é, sem dúvida, a melhor delas. Lembro-me que os preparativos começavam bem antes e que no dia 24 nós não podíamos subir a escada que ia dar nos quartos pois minha mãe e minhas tias guardavam os presentes lá em cima.
À noite a família de reunia em volta de uma mesa farta e à meia noite em ponto, as luzes se apagavam e só ficava o pisca-pisca da árvore de Natal.
Então tudo se transformava e pela porta da frente da casa entrava Papai Noel carregando o saco de brinquedos para as crianças da família.
Apesar da alegria, eu tinha medo e sempre ficava ao lado da minha mãe.
Então o bom velhinho distribuía presentes e abraços e prometia voltar no próximo ano.
Mas eu fui percebendo que, estranhamente, sempre que Papai Noel aparecia, faltava alguém da família ( geralmente um homem ) que reaparecia algum tempo depois.
Eu estava crescendo e numa noite de Natal fiz a grande descoberta que me deixou muito decepcionada.
Naquele ano Papai Noel me pareceu muito familiar. Não sei se era a voz, o jeito de andar...E quando procurei minha mãe, como sempre fazia, não a encontrei. Estranhei sua ausência mas logo depois que Papai Noel se foi, ela apareceu.
Então ela me explicou que estava na cozinha o tempo todo.
Quase acreditei mas quando ela virou de lado percebi que havia talco em seu pescoço e em seu rosto. E então entendi o porquê de eu ter achado Papai Noel tão familiar naquele dia.
Vivi ainda outros Natais na minha infância mas eles já não tinham o mesmo encanto de antes.
A magia do Papai Noel tinha ficado nos meus sonhos de criança...
sábado, 8 de setembro de 2007
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2 comentários:
Eu lembro que, quando estava na primeira série, já não acreditava em Papai Noel. Mas uma vez teve essa discussão entre a criançada e eu afirmei, quase sozinha, que ele existia sim! Eu sabia a verdade, mas não queria acreditar.
Na verdade, até hoje eu finjo acreditar em algumas coisas pra ficar mais feliz!
Se não fosse por tanta magia, teria menos graça ser criança...
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