Na minha família as pessoas sempre tiveram cães.
Eu lembro da Violeta, da Bolinha, do Marujo, da Tuca, do Dick, da Gracy e do Tilim. mas fora esses havia outros.
Quando o Nick chegou em casa eu não queria. Aquela bolinha branca fazia xixi em todo canto e eu sabia que depois da empolgação de ter um cãozinho em casa "ia sobrar pra mim".
Mas quem é que não se deixa envolver por uns olhinhos tão lindos, pelas travessuras e acima de tudo pela amizade? Ele ficou e eu chorei quando descobri que ele era epilético.
Junto com a epilepsia vieram outros problemas e agora, com a idade, outras pequenas coisas vão aparecendo. Talvez eu perceba mais essas mudanças pois fico mais com ele.
Já está mais difícil subir no sofá e pular para pegar o ossinho. Ele procura mais o sol e fica muito tempo deitado se esquentando onde acha sua luz. Está mais manhoso e suas idas ao veterinário tem sido mais frequentes.
Mas continua sendo o amigo fiel que me espera com o rabinho abanando, que vai buscar os brinquedos quando está feliz e que fica do meu lado mesmo quando eu estou muito chata.
Hoje descobrimos que o Tob ( o cachorro da Vânia ) não fará a cirurgia que precisa, por enquanto, pois está com um probleminha no coração. E eu senti uma grande tristeza na voz da minha irmã e um medo muito grande de perdê-lo.
Como explicar essa amizade? Muitos não entendem e acham até um absurdo gastar tanto tempo e dinheiro com os bichinhos. Mas só quem convive com eles é que sabe o quanto essa amizade nos fortalece e alegra.
E apesar de eu estudar tanto sobre a linguagem oral e a sua importância, sei que o Nick se faz entender por seu jeito e por seu olhar. E sei que o amor não é, definitivamente, um sentimento exclusivo do homem.
Benditos sejam nossos amigos peludos.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
sábado, 14 de março de 2009
Na verdade eu deveria ter escrito esse texto ontem mas não consegui.
De todas as possibilidades eu prefiro acreditar que você está bem. Do fundo do meu coração espero que amigos especiais o tenham esclarecido e guiado. Que você já consiga dar alguns sorrisos mas, que acima de tudo, não esqueça que nossa amizade é eterna.
E hoje, em especial, receba muitos e muitos botões de rosas brancas, como os que eu envio a você todos os dias.
Você estará sempre dentro do meu coração, meu doce e inesquecível amigo.
De todas as possibilidades eu prefiro acreditar que você está bem. Do fundo do meu coração espero que amigos especiais o tenham esclarecido e guiado. Que você já consiga dar alguns sorrisos mas, que acima de tudo, não esqueça que nossa amizade é eterna.
E hoje, em especial, receba muitos e muitos botões de rosas brancas, como os que eu envio a você todos os dias.
Você estará sempre dentro do meu coração, meu doce e inesquecível amigo.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Aprendendo mais
Eu nunca gostei de tatuagem.
O Alexandre tinha uma bem grande nas costas e eu nunca consegui dizer que era bonita e que eu gostava dela.
Por isso, quando a Amanda disse que faria uma, é claro que dei o contra. Afinal eu achava que tatuagem não combinava com ela. Tentei convencê-la de que aquela "marca" ficaria para sempre e que ela poderia se arrepender. Mas não teve jeito.
Apesar da minha cara feia ela tatuou a borboletinha no ombro e eu confesso que achei até bonitinha. Mesmo porque não era uma borboleta qualquer. Era aquela que ela encontrou uma vez quando estava indo pro trabalho e que está guardada até hoje numa caixinha. Ela representava a transformação.
Eu achei que a coisa tinha parado por aí. Mas recentemente ela disse que faria outra.
Só que desta vez eu não dei o contra. Mais uma "marquinha"? Não tinha problema algum...Essa seria visível, só isso...Piores são as que não aparecem.
Várias vezes perguntei o que seria dessa vez mas a Amanda não respondia. E então eu fiquei pensando que a única coisa que justificaria uma nova tatuagem seria a Flor de Lótus.
Quando eu estava entrando com ela no estúdio ela confirmou minhas suspeitas e disse que a Flor de Lótus nasce do lodo e é tão linda! E eu acrescento que ela é o símbolo da pureza e segundo sua lenda é a junção dos quatro elementos da natureza: água, fogo, terra e ar.
Enquanto eu esperava do lado de fora fiquei pensando que nunca me passou pela cabeça ir a um lugar daqueles e que eu havia conseguido, com 54 anos, aprender mais uma lição da vida. Que as pessoas são lindas independentes de terem ou não tatuagens no corpo e que com certeza cada marca tem seu significado.
O tempo passou rápido e quando a Amanda me chamou para ver como tinha ficado eu achei linda!! Combina muito bem com ela. Linda, pura e renascida com mais força.
O Alexandre tinha uma bem grande nas costas e eu nunca consegui dizer que era bonita e que eu gostava dela.
Por isso, quando a Amanda disse que faria uma, é claro que dei o contra. Afinal eu achava que tatuagem não combinava com ela. Tentei convencê-la de que aquela "marca" ficaria para sempre e que ela poderia se arrepender. Mas não teve jeito.
Apesar da minha cara feia ela tatuou a borboletinha no ombro e eu confesso que achei até bonitinha. Mesmo porque não era uma borboleta qualquer. Era aquela que ela encontrou uma vez quando estava indo pro trabalho e que está guardada até hoje numa caixinha. Ela representava a transformação.
Eu achei que a coisa tinha parado por aí. Mas recentemente ela disse que faria outra.
Só que desta vez eu não dei o contra. Mais uma "marquinha"? Não tinha problema algum...Essa seria visível, só isso...Piores são as que não aparecem.
Várias vezes perguntei o que seria dessa vez mas a Amanda não respondia. E então eu fiquei pensando que a única coisa que justificaria uma nova tatuagem seria a Flor de Lótus.
Quando eu estava entrando com ela no estúdio ela confirmou minhas suspeitas e disse que a Flor de Lótus nasce do lodo e é tão linda! E eu acrescento que ela é o símbolo da pureza e segundo sua lenda é a junção dos quatro elementos da natureza: água, fogo, terra e ar.
Enquanto eu esperava do lado de fora fiquei pensando que nunca me passou pela cabeça ir a um lugar daqueles e que eu havia conseguido, com 54 anos, aprender mais uma lição da vida. Que as pessoas são lindas independentes de terem ou não tatuagens no corpo e que com certeza cada marca tem seu significado.
O tempo passou rápido e quando a Amanda me chamou para ver como tinha ficado eu achei linda!! Combina muito bem com ela. Linda, pura e renascida com mais força.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Recompensas
Definitivamente, eu nunca consegui ganhar muito dinheiro com a minha profissão. Mas consegui ganhar coisas que o dinheiro não compra.
Hoje encerrei meu ano de trabalho no consultório e nessa semana ouvi e vi coisas que me deixaram feliz e com a certeza que cumpri meu dever.
Vi as lágrimas nos olhinhos da Isabela que neste momento deve estar dentro do avião indo morar no Japão. Recebi um beijinho gostoso do Gabriel que veio todo feliz me entregar a toalha branca de presente. O outro Gabriel também estava feliz escondendo o presentinho para me fazer surpresa.
Ontem o Henrique ( que me deixa com mais cabelos brancos) veio correndo e me abraçou com força e hoje a Cristina me agradeceu pelos momentos em que eu simplesmente a escutei quando ela precisou falar. E foi também muito bom ler o bilhetinho do Gustavo que não conseguia se alfabetizar e ver a alegria do Gabriel ( o terceiro ) me contando que havia passado de ano.
A Dislexia do Luis não o impediu de nesse ano aprender a ler e escrever e nesta semana ele veio me contar que passou direto, sem recuperação.
É claro que nem todos sabem demonstrar carinho mas para esses eu dei de presente a alta da terapia como foi o caso do Vinicius, Gustavo e Kevin.
Mais um ano de muitas alegrias trabalhando com a Fonoaudiologia. E é muito bom ver que pude melhorar a vida das pessoas e que em cada uma delas vai ter sempre uma lembrança minha.
Obrigada pai, pelas noites em que eu escutava o senhor datilografando depois de trabalhar o dia todo, para aumentar um pouco o dinheiro. Obrigada mãe, pelas noites em que eu escutava o barulho do pedal da máquina de costura e tudo para poder pagar a minha faculdade.
Foi a maior herança que vocês puderam me deixar e foi uma das melhores escolhas que fiz na vida.
Hoje encerrei meu ano de trabalho no consultório e nessa semana ouvi e vi coisas que me deixaram feliz e com a certeza que cumpri meu dever.
Vi as lágrimas nos olhinhos da Isabela que neste momento deve estar dentro do avião indo morar no Japão. Recebi um beijinho gostoso do Gabriel que veio todo feliz me entregar a toalha branca de presente. O outro Gabriel também estava feliz escondendo o presentinho para me fazer surpresa.
Ontem o Henrique ( que me deixa com mais cabelos brancos) veio correndo e me abraçou com força e hoje a Cristina me agradeceu pelos momentos em que eu simplesmente a escutei quando ela precisou falar. E foi também muito bom ler o bilhetinho do Gustavo que não conseguia se alfabetizar e ver a alegria do Gabriel ( o terceiro ) me contando que havia passado de ano.
A Dislexia do Luis não o impediu de nesse ano aprender a ler e escrever e nesta semana ele veio me contar que passou direto, sem recuperação.
É claro que nem todos sabem demonstrar carinho mas para esses eu dei de presente a alta da terapia como foi o caso do Vinicius, Gustavo e Kevin.
Mais um ano de muitas alegrias trabalhando com a Fonoaudiologia. E é muito bom ver que pude melhorar a vida das pessoas e que em cada uma delas vai ter sempre uma lembrança minha.
Obrigada pai, pelas noites em que eu escutava o senhor datilografando depois de trabalhar o dia todo, para aumentar um pouco o dinheiro. Obrigada mãe, pelas noites em que eu escutava o barulho do pedal da máquina de costura e tudo para poder pagar a minha faculdade.
Foi a maior herança que vocês puderam me deixar e foi uma das melhores escolhas que fiz na vida.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
As flores amarelas
Tenho ido trabalhar a pé algumas vezes. Meu médico disse que eu preciso caminhar e como o consultório é bem perto de casa, aproveito para seguir a orientação médica.
Na semana passada , quando eu já tinha subido a ladeira e feito a curva para depois atravessar a rua, vi as flores amarelas caídas por sobre o muro da casa.
Eram as mesmas flores que enfeitavam a entrada de Eldorado. Eu tenho até uma foto da Amanda pequenininha fazendo pose embaixo da trepadeira carregada das flores amarelas.
Então eu me lembrei dos domingos que passávamos lá quando as crianças eram pequenas e me deu uma saudade...
Mas a lembrança foi mais longe e eu me lembrei do pequeno jardim da casa do Ipiranga, quando eu era pequena e que por coincidência, tinha as mesmas flores. E lembrei da minha avó Adonina dizendo carinhosamente ( pois ela nunca foi capaz de dar uma bronca) que eu não deveria estourar os botões das flores.
Isso tudo eu pensei em alguns segundos parada de frente pro muro florido. E quando voltei das divagações olhei para os lados e vi que estava sozinha.
Então me aproximei do botão mais gordo que tinha e sem dor na consciência apertei-o com força ( me desculpa, vó ). Escutei aquele "ploct" que fez parte da minha infância e me senti tão feliz!!
Aquele botão não iria dar a flor amarela tão bonita mas ele fez meu dia ser mais alegre e eu por alguns instantes voltei a ser criança novamente.
Na semana passada , quando eu já tinha subido a ladeira e feito a curva para depois atravessar a rua, vi as flores amarelas caídas por sobre o muro da casa.
Eram as mesmas flores que enfeitavam a entrada de Eldorado. Eu tenho até uma foto da Amanda pequenininha fazendo pose embaixo da trepadeira carregada das flores amarelas.
Então eu me lembrei dos domingos que passávamos lá quando as crianças eram pequenas e me deu uma saudade...
Mas a lembrança foi mais longe e eu me lembrei do pequeno jardim da casa do Ipiranga, quando eu era pequena e que por coincidência, tinha as mesmas flores. E lembrei da minha avó Adonina dizendo carinhosamente ( pois ela nunca foi capaz de dar uma bronca) que eu não deveria estourar os botões das flores.
Isso tudo eu pensei em alguns segundos parada de frente pro muro florido. E quando voltei das divagações olhei para os lados e vi que estava sozinha.
Então me aproximei do botão mais gordo que tinha e sem dor na consciência apertei-o com força ( me desculpa, vó ). Escutei aquele "ploct" que fez parte da minha infância e me senti tão feliz!!
Aquele botão não iria dar a flor amarela tão bonita mas ele fez meu dia ser mais alegre e eu por alguns instantes voltei a ser criança novamente.
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